Candidato ao governo do Rio pelo PSD, Indio da Costa participou de um debate sobre educação na manhã desta segunda (24/9). Promovido pela FGV EBAPE / CEIPE, o evento faz parte do #EducaçaoJá, iniciativa liderada pelo movimento Todos pela Educação. Indio destacou: “A espinha dorsal no meu governo é segurança pública, porque sem segurança a gente não vai ter educação de qualidade”.
O candidato explicou:
“É fundamental que se olhe para as áreas conflagradas e para os alunos dessas áreas. É impossível aprender no meio do tiroteio. Como governador, vou articular com os prefeitos e municípios para a gente qualificar a educação desde a base até o Ensino Médio”.
A seguir, os principais trechos do debate.
Pergunta: O Sr. fala no seu programa de governo em valorizar o professor. Dentro dessa perspectiva de um estado falido, o que isso significa?
Indio da Costa – No serviço público você tem duas áreas: a satisfação e a motivação. Satisfação é o salário e motivação é o desafio. Há um enorme desafio pela frente na reconstrução de um estado que foi roubado e dilacerado. A minha proposta de estruturação do governo é ligada a espinha dorsal que é a segurança pública. Com segurança destravamos outros serviços básicos e a economia. Todas as outras áreas só persistirão se contribuir com saúde, educação e segurança pública. Se não for para contribuir nessas áreas eu vou extinguir. Sei fazer isso, sei como fazer. Tenho liberdade política e autonomia para fazer e estou pronto para esse desafio. Então, a partir daí eu começo a ter algum recurso. Outro ponto é que quando se fala em valorização, muita gente fala em aumento de salário e esse não é o caso neste momento de crise. Somente com condições de pagar devemos voltar a pensar nisso e dar efetividade.
Tenho dito nas entrevistas que tenho dado que sou responsável e votei a favor do teto de gastos. É uma mentira o que a esquerda conta dizendo que o teto de gastos tirou o dinheiro da educação. Eles quando assumiram o governo explodiram o Brasil e estão na cadeia querendo eleger um candidato a presidente da República de dentro da cadeia. E aqui, no estado, estamos disputando com um candidato que também é de uma quadrilha que está presa. O Eduardo Paes, é o candidato deles. Isso é importante ficar claro para o eleitor tomar sua decisão. Agora, os recursos que virão para a educação serão primeiro garantir os 25% obrigatórios que hoje o estado não cumpre. E segundo, garantir que em vez de construírem escolas do amanhã se mantenha as escolas de hoje. Eu sentei na cadeira de Infraestrutura quando saiu o ex-prefeito e vou dizer: deixou 980 escolas sem manutenção.
Pergunta: As provas bimestrais que no estado foram desarticuladas. O Sr. é a favor de reabilitar a prova? Se a resposta for positiva, ela seria usada de que maneira?
Indio da Costa – Sim, sou favorável. E ela seria usada para ir corrigindo o rumo do ensino de cada escola e de cada aluno. Hoje, com a tecnologia já é possível a gente avaliar a evolução do aprendizado de cada aluno. A partir dessa observação, as provas são fundamentais. Porque, a partir da prova você avalia se o aluno melhorou, não melhorou, qual a dificuldade. Volto a dizer da necessidade de individualizar os alunos. Eles têm nome, sobrenome, família. Não podem ser vistos como estatística. Tem que entrar nos dados e chegar no ser humano. E aí envolve-lo, saber quais são as dificuldades que têm em casa. Resolver, eventualmente, com o apoio da mãe as dificuldades do aluno para ele aprender. Essa é a verdade. Se a gente conseguir humanizar o processo vamos ter um grande avanço e a avaliação bimestral é fundamental para essas correções.
Pergunta: O nível dos alunos que chegam ao Ensino Médio já é bastante precário porque nosso Ensino Fundamental, embora tenha evoluído um pouco nos primeiros anos, ele ainda deixa muito a dever no segundo ciclo que é o antigo ginásio, um gargalo. Quais são suas ideias fundamentais para começar a desatar o nó do antigo ginásio?
Indio da Costa – O antigo ginásio na realidade é responsabilidade das prefeituras. Pretendo numa ação coordenada com os prefeitos, melhorar as condições do ensino na primeira fase. O secretário de Educação do governo do estado tem que ter uma relação próxima com os secretários de Educação dos municípios para que participem de toda uma construção, porque quando o aluno chega no ensino médio, já chega com dificuldade de aprendizagem, sem entender direito matemática, português. Então, você tem todo um processo. E essa bomba estoura no governo do Estado que é o responsável pelo Ensino Médio por falta de uma construção desde o primeiro ensino que deveria iniciar desde cedo. Quero aproveitar e dizer que em parceria com a Supervia vamos colocar creche nas estações de trem que tenham espaço físico para isso. Para quando quem vai trabalhar deixe seu filho e quando volte do trabalho busque seu filho e vá para casa. Isso na Baixada Fluminense é muito importante, como em áreas da Zona Norte e da Zona Oeste do Rio, onde se tem muita dificuldade de ir trabalhar e não ter com que deixar o filho. Essa creche vai ser financiada nos moldes de parceria. A ideia é que a Supervia construa e faça a manutenção das creches.
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